top of page

MC4. Estudos sociais do risco e do futuro 

 

Ministrantes: Deborah Fromm (PPGAS/ Unicamp);

Isabela Vianna Pinho (PPGS/ UFSCar);

Fernanda de Gobbi (PPGS/(UFSCar)

Vagas disponíveis: 20

Ementa: Ao menos desde a década de 1980, o risco e suas formas de cálculo e gestão vêm ganhando espaço enquanto um tema relevante nas ciências sociais, o qual atravessa diferentes abordagens empíricas que incluem, por exemplo, desde desastres e catástrofes naturais, serviços e mercados financeiros, até políticas e tecnologias de segurança. Este minicurso busca oferecer um breve panorama sobre a consolidação desse campo de estudos e suas principais referências teóricas, assim como explorar as questões, conceitos e metodologias levantadas pela bibliografia. O minicurso será dividido em três partes teóricas seguidas por uma parte de debate e discussão empírica. Primeiro, partiremos de uma breve retomada sobre as duas abordagens clássicas da sociologia e da antropologia, a saber, respectivamente, a teoria da sociedade de risco (Beck,2010 [1986]) e a teoria da percepção cultural do risco (Douglas e Widalvsky, 1983). Em seguida, discutiremos algumas das principais contribuições dos estudos da governamentalidade para o desenvolvimento de pesquisas sobre tecnologias de governo do risco (Burchell, Gordon & Miller, 1991; O’Malley, 2009). Enquanto essas três correntes estão mais voltadas para as formas de controle e redução dos perigos, ameaças e riscos, na terceira parte, discutiremos estudos que mostram a positividade do risco e da incerteza na tradição liberal e a crescente demanda por “assumir” e “correr riscos” no capitalismo financeiro contemporâneo (Baker & Simon, 2010). A quarta e última seção do minicurso, será dedicada ao debate com os/as participantes acerca da bibliografia apresentada à luz das suas pesquisas empíricas individuais, de modo a instigar uma discussão sobre exemplos práticos elucidativos, assim como sobre possíveis questões que surgirem e principais pontos destacados no minicurso. Ademais, em diálogo com autores do recente campo da “antropologia do futuro” (Bryant e Knight, 2019), buscaremos instigar uma reflexão sobre a temática do risco e da antecipação na sua interface com os limites e possibilidade de considerarmos o futuro enquanto um método na teoria antropológica. Ou seja, trata-se de propor que pensemos sobre o futuro para compreender o presente, de modo a considerar como as ações e relações sociais cotidianas são orientadas e informadas por imaginações (coletivas e individuais) sobre o futuro.


Palavras-chave: Risco; Incerteza; Governamentalidade; Antecipação; Futuro.

Referências bibliográficas:

 

- Parte I (40 minutos): Teorias clássicas do risco entre a antropologia e a sociologia

 

Douglas, Mary, and Aaron Wildavsky. (1983). Risk and culture. University of California press.


Beck, Ulrich. (2010). "Sociedade de risco." São Paulo: Editora 34.


- Parte II (40 minutos): Risco nos estudos da governamentalidade


Burchell, G., Gordon, C., & Miller, P. (1991). The Foucault effect: Studies in governmentality.

O’Malley, P. (2009). Governmentality and risk. Social theories of risk and uncertainty: An introduction. Legal Studies Research Paper, no 09/98, Setembro 2009.


- Parte III (40 minutos): A positividade do risco e a economicização da incerteza
 

Baker, T., & Simon, J. (Eds.). (2010). Embracing risk: The changing culture of insurance and responsibility. University of Chicago Press. (capítulo 1)


Leitura complementar:
Lehtonen, T. K., & Van Hoyweghen, I. (2014). Insurance and the economization of uncertainty (vol 7, pg 532, 2014). Journal Of Cultural Economy. Disponível em: <https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/17530350.2013.875929>

- Parte IV (1h):
DEBATE: risco, antecipação e uma Antropologia do Futuro.

bottom of page