top of page

MC2. O que é uma mulher? As invenções das categorias de gênero 

 

Ministrantes: Jordana Cristina Alves Barbosa (Unicamp);

Maria Aline Sabino Nascimento (MN/UFRJ)

       

Vagas disponíveis: 25

Ementa: A categoria de gênero nasce de concepções ocidentais assentadas em performances criadas dentro daquilo que alguns autores denominam de branquitude. Em sua obra, “A invenção das mulheres”, Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí (2021) afirma que o feminismo possui uma suposição fundamental: a subordinação universal das mulheres. Contudo, trazendo contribuições valorosas sobre a temática, Oyěwùmí questiona tal suposição ao afirmar haver um determinismo biológico ocidental na criação do gênero. Dessa forma, o gênero é atribuído de maneira etnocêntrica a outras sociedades, fazendo com que a categoria passe a ser usada para explicar todas as relações sociais em qualquer lugar no mundo e tempo na linha da historicidade. Sobre essa universalidade, Marilyn Strathern (2006) afirma que não podemos olhar outros mundos a partir da única ótica que conhecemos, que é a nossa. Strathern critica o binarismo de gênero e explica que a noção de mulher é diferente em outras sociedades. A categoria de gênero também colonizou a percepção como se o binarismo fosse algo natural e, para Strathern, é absurdo que outros povos recebam nossos problemas e devam os resolver, uma vez que foram construídos em uma sociedade e tempo específicos. Diante disso, esse minicurso pretende questionar a construção das categorias de gênero e a naturalização do binarismo homem/mulher centrado no corpo a partir de um discurso biologizante. Compreendendo que o gênero funciona como um marcador de hierarquias em nossa sociedade e uma bússola de salvação para mulheres não ocidentais, pretendemos discutir, a partir das autoras Abu-Lughod (2012), McClintock (2010), Spivak (2010), Strathern (2006) e Oyewumí (2021), como um fazer antropológico que se dispa dessas concepções coloniais se faz fundamental.

Palavras-chave: gênero, colonização, categoria, mulher, teorias feministas.
 

Referências bibliográficas
ABU-LUGHOD, Lila. As mulheres muçulmanas realmente precisam de salvação? Revista Estudos Feministas, 20(2): 451-470, 2012.

 

MCCLINTOCK, Anne. Massa e as criadas; A família branca do homem. Couro imperial: raça, gênero e sexualidade no embate colonial. Campinas: Unicamp, 2010.


OYEWÙMÍ, Oyèrónkẹ. Prefácio; Visualizando o corpo. A invenção das mulheres: construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero. Trad. Wanderson Flor do Nascimento. – 1.ed. – Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021.

 

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar. UFMG, 2010.


STRATHERN, Marilyn. 1990. The gender of the gift: problems with women and problems with society in Melanesia. No. 6. Univ of California Press. [O gênero da dádiva: problemas com as mulheres e problemas com a sociedade na Melanésia. Editora
da UNICAMP, 2006]

bottom of page