LONGE DAS CAPITAIS
Mayane Batista(UFAM)
O deslocamento da cidade vertiginosa dá lugar ao silêncio da estrada. As linhas de concreto que serpenteiam o caminho e me levam a outra cidade que fica a 4,5 km distante de Manaus, se chama Iranduba. Enquanto o carro avança entre as linhas do asfalto, sinto o choque da distância da capital, o 4G não funciona em meu celular e isso me permite o afastamento da luz artificial da teletela para olhar além da janela onde as luzes do sol descortinam a estrada e ilumina tudo à frente.
Imagem 1: Linhas de concreto
Durante duas horas, adentramos o interior de Iranduba, cortado por estradas de terra estreita, úmida e contigente de um barro escorregadio, onde os cipoais, bulbos, curvas, labirintos não sinalizados, lamaçais, árvores de braços estendidos, espécies companheiras que se alimentam e casas que ficam quilômetros de distância uma da outra, compõem um cenário de cores e cheiros que em nada se assemelha ao ar de fuligem urbana ou o afoito marcado das linhas de concreto que se amontoam umas nas outras nas cidades de Manaus ou de São Paulo, urbanidades que conheço.
Imagem 2: A Estrada
Há então nessas estradas irandubenses o sofisticado design da natureza que a biomimética ainda não conseguiu plagiar.
Imagem 3: Espécie Companheira
Imagem 4: Paisagem da Janela
É lá também que mora Luiz, o garoto que ajuda o pai a colher melancias para servir às visitas “que vieram de longe” e João que anda a pequenos passos para atender o pedido de sua avó.
Imagem 5: O garoto
Imagem 6: Ao fim da chuva
Chegadas, partidas, deixa, leva e traz, assim vai o canoeiro desenhando a linha do rio.
Imagem 7: Já vai Canoeiro
Ao fim da tarde no retorno à cidade de pedra, uma surpresa, um flash mob de pássaros que chegaram em pequenos grupos quando o sol se escondia no horizonte chilreando a pleno pulmões, depois iniciaram movimentos tão intensos e belos que só me coube contemplar e depois de um súbito retorno, registrar.
Imagem 8: Flash mob