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LAROYÊ EXU:
QUIMBANDA EM MADRID

Lorran Lima(UFRN)

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As fotos publicadas aqui foram feitas no ano de 2019 durante uma cerimônia para Exu Giramundo, no Ilê Ogum Oia Axé Odara localizado em Madrid-ES, onde são realizados cultos de Umbanda, Quimbanda e Nação Gêge Ijexá. O terreiro em questão é reconhecido pela Federação Brasileira de Umbanda. As fotos presentes neste ensaio foram feitas por meio de uma câmera Sony Cyber-shot DSC-W570 e editadas no programa Adobe Photoshop CS6.

Imagem 1: O início da cerimônia foi constituído com o Babalorixá Walter Egea se posicionando à frente do altar de Exu, fazendo saudações a ele. Os participantes, que estavam organizados em forma de círculo, também faziam a saudação a Exu: “Laroyê Exu”.

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Imagem 2: Em seguida, Exu Giramundo incorpora em seu “cavalo”, conceito dado para os sacerdotes antes da incorporação. A partir desse momento, Exu Giramundo está em terra.

A cerimônia foi executada apenas com luzes led roxas, instaladas no teto da casa. Optei por não utilizar o flash da câmera, em respeito à ocasião, por isso a captura do evento foi feita em baixa luminosidade. A seleção de imagens buscou permitir que o leitor observe a cronologia da cerimônia.

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Imagem 3: Já com Exu Giramundo em terra, todas as pessoas da casa são cumprimentadas e recebem a benção da entidade, que dirige a cerimônia com cânticos, recebendo também as outras entidades na casa.

A Quimbanda é identificada por trabalhar com entidades consideradas de esquerda dentro da Umbanda, ou seja, Exus e Pombas Giras, por vezes, consideradas entidades com alto poder para magias. Essas entidades são tidas como mensageiros entre os homens e as divindades. Exus e Pombas Giras trabalham vencendo demandas e em busca de sua evolução espiritual.

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Imagem 4: Então, Exu Giramundo recebe a presença da Pomba Gira Maria Padilha, que figura como sua companhia durante a cerimônia e que incorpora em Carmen Valero, cônjuge Babalorixá Walter Egea. As Pombas Giras são entidades com apresentação feminina pertencente tanto à Umbanda como à Quimbanda. Já em terra, dona Maria Padilha também saúda todas as pessoas presentes.

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Imagem 5: Durante a cerimônia, Exu Giramundo conversou com os convidados falando sobre experiências de vida e dando orientações sobre como se comportar e viver bem, falando em alguns momentos como as pessoas estão se sentindo e o que devem esperar para um futuro próximo.

O Ilê presente em Madrid pode ser observado como uma representação da transnacionalização dos cultos afro-religiosos para a Europa. O Babalorixá Walter Egea começou sua vida religiosa no Uruguai, onde nasceu.

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Imagem 6: Após a presença das duas maiores entidades da casa, os membros do Ilê também recebem seus respectivos Exus e Pombas Giras. Ao som de atabaques, todos dançam e cantam os pontos de suas respectivas entidades.

Anos depois, o Babalorixá morou no Brasil, onde deu continuidade aos seus preceitos religiosos e, atualmente, tem seu Ilê em Madrid, sendo dirigente de casas afro-religiosas há 14 anos.

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Imagem 7: As entidades ficam no salão, cantando seus pontos. A seguir, eles se despedem dos patronos da cerimônia para deixarem seus “cavalos”.

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Imagem 8: Tudo o que está na mesa é ligado ao ritual, representando elementos da natureza e os Exus: a carne moída dentro do pimentão vermelho, por exemplo, é servida para dar axé de amor e superação de obstáculos; o molho representa a festa; a farofa de carne moída simboliza as comidas do Exu e da Pomba Gira da casa; os frutos representam todo povo de Exu da casa e, principalmente, o povo do Oriente; os ovos fazem analogia à vida.

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