Casas abandonadas e deterioradas pela ação do tempo são comuns em vários lugares. No estado do Piauí, em especial em distritos da cidade de São Raimundo Nonato, há diversas casas assim, sem uso ou visitas, é como se tivessem paradas no tempo. Quem passa e vê, não sabe quem morou, nem que histórias foram vividas ali. As casas abandonadas tornam-se lugares vazios, parados para que a ação do tempo possa ir derrubando. Os lugares físicos não devem ser observados como ausente de memória. É importante levar em consideração os significados que as próprias pessoas, que viveram ali, possuem em suas memórias. De certo modo, se os lugares passam a existirem somente na memória dessas pessoas. Neste sentido lugares e pessoas estão em comum acordo e são, também, importantes objetos da Antropologia. O documentário etnográfico “Histórias de lugares que só existem na memória”, tem roteiro de Edmar Mota, que divide a direção com Marcos Santos (Dudu Santos), ambos alunos do curso de Antropologia da Universidade Federal do Vale do São Francisco. O curso, situado na cidade de São Raimundo Nonato, tem influenciado, fortemente, nas novas maneira como os alunes olham e percebem os aspectos dos seus cotidianos. O documentário, em formato média metragem, é gravado na pequena comunidade São José, zona rural da cidade de São Raimundo Nonato, sudeste do estado do Piauí. Foi realizado com a colaboração dos/as moradores, filhos/as, netos/as, dos antigos proprietários das casas abandonadas. As casas e as memórias das pessoas que viveram os mais diversos momentos nesses lares, são os objetos do documentário, campos de interesse da Antropologia.