Coordenadoras: Deborah Fromm (PPGAS/Unicamp)

Isabela Vianna Pinho (PPGS/UFSCar)

Tatiana Massaro (PPGAS/Unicamp)

Após a crise de 2008, novas etnografias emergiram preocupadas em compreender o capitalismo na sua pluralidade de práticas e relações sociais. Abordagens antropológicas críticas aos modelos econômicos formais têm contribuído para uma compreensão do capitalismo não como algo dado e onipresente, mas a partir de seus processos sociais de construção e legitimação. Considerando esse debate, o GT pretende reunir trabalhos que reflitam sobre os processos socioeconômicos recentes do capitalismo global a partir da perspectiva etnográfica. Deste modo, interessa congregar pesquisas em contextos de escalas variadas (local, regional, nacional ou transnacional) que tratem desses processos utilizando o arcabouço teórico da antropologia e da sociologia econômicas. Neste sentido, são esperados trabalhos, finalizados ou em andamento, que abordem temáticas sobre: empresas e grandes corporações; mercados financeiros e securitários; moedas digitais; processos de financeirização e transnacionalização de mercados (in)formais e (i)legais; economia verde, circular e/ou solidária; consumo e cadeias produtivas. Ou ainda, que debatam questões como: as relações entre estado e mercado, política e economia; a produção e circulação de mercadorias (i)lícitas, pessoas e imagens; sustentabilidade, novos modelos de negócios e novas narrativas do capitalismo no Antropoceno; tecnologias de cálculo de riscos e incertezas; (re)produção de desigualdades e precariedades; gestão de dívidas; crises e ruínas do capitalismo; políticas sociais de transferência de renda e microfinanças; usos e sentidos do dinheiro. Algumas indagações relevantes são: quais os desafios metodológicos implicados em uma abordagem etnográfica do capitalismo? Como observar e descrever, a partir da perspectiva etnográfica, a multiplicidade de atores, organizações e mercados, com distintas moralidades e racionalidades?