Coordenação: Luciana Calado (PPGA/UFPB)
Milene Morais (PPGA/UFPB)
Beatriz Gonçalves (PPGA/UFPB)

As mudanças que a pandemia de Covid-19 provocou nas relações têm forjado novas formas de interação e até noções de espaço-tempo. Em razão da adoção de medidas de isolamento social para contenção da circulação do vírus, as dinâmicas frenéticas da vida urbana foram alteradas, o que restringiu a mobilidade nos espaços de convivência coletiva, ocasionando um esvaziamento espacial jamais visto nas cidades. Nesse ínterim, as crianças tiveram reduzido seu direito de utilizar livremente os espaços públicos da cidade e, em contrapartida, têm participado mais ativamente das rotinas familiares, a despeito de costumeiramente vemo-las como inaptas às atividades domésticas, o que desencoraja seu empoderamento de si/autonomia. Por outro lado, mulheres já sobrecarregadas e historicamente invisibilizadas, dividindo-se entre jornadas de trabalho dentro e fora de casa, passaram a lidar com suas crianças mais incisivamente, majorando sua carga mental, emocional e de labor. Concebendo a criança como sujeito de direitos – especialmente respeito, o brincar, autonomia e participação nas decisões de seu grupo familiar e social – e pensando em grupos e populações vulneráveis, nos dispomos a refletir as relações entre crianças e cuidadores – geralmente mães – e entre crianças e os espaços que lhes têm sido ofertados, considerando a intensificação dos conflitos, com foco nas mudanças que esse cenário pandêmico tem provocado. Isto dito, este GT pretende reunir trabalhos que discutam as mudanças nas relações de cuidado e do brincar nos últimos 16 meses nos lares, praças, escolas e comunidades Brasil afora.