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Entraves e desentraves: o desenho como instrumento para um processo de escrita relacional

Adara Pereira(UFRN)

Os desenhos fazem parte da minha dissertação de mestrado – que é uma etnografia das compras femininas - e compõem um glossário ilustrado. Seu objetivo inicial foi apresentar aos leitorxs, de forma dinâmica, as peças de roupas compradas pelas minhas interlocutoras. Inicialmente, não os pensei como desenhos etnográficos, nem em sua importância para o percurso de escrita.

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Representar a vida cotidiana, cientificamente, com todos rigores que requerem uma escrita acadêmica, por vezes, nos despertam emoções que não condizem com estes padrões. O processo de construção de cada desenho ocorreu em momentos de “entraves” desta escrita. Literalmente, como uma forma de “escape” do rigor científico para um espaço de liberação de emoções através do papel e das cores. Mas, ao revisitar este trabalho percebi o poder que estes desenhos desempenharam ao longo desta escrita, estes despertavam não apenas meu lado criativo, mas seriam responsáveis pelos “desentraves” e retomada da construção do texto.

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Então, os desenhos representam mais do que informações aos leitorxs, mas, compreendem como o processo de escrita etnográfica é artesanal e pode ser construído relacionalmente juntamente aos autores e ao diário de campo.

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Para desenvolver os desenhos utilizei folha de papel A4, caneta de cor preta para traçar as silhuetas das peças de roupa e lápis de cor para colori-las.

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 Em seguida, fotografa-os e realizava a correção do balanço das cores, granulação das imagens e outras edições por meio do aplicativo de edição Lightroom. 

A granulação teve por objetivo uma aproximação e coesão aos amassados do papel durante o processo de produção dos desenhos. 

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